terça-feira, 9 de março de 2010

O COMPORTAMENTO DO TENTADOR


Introdução: O tentador está sempre a observar sua vítima aguardando apenas um flerte para que seu bote seja letal. Se vacilarmos um segundo sequer ele nos leva para o mais baixo nível de espiritualidade, deixando-nos inalando a podridão do pecado.
Na oração dominical, Jesus ensina os discípulos a orar cuidando inclusive de pedir a proteção de Deus para não“cair em tentação”. O que Cristo estava ensinando e que vale ainda hoje para nós é que devemos pedir a Deus para não nos deixar entrar pelo caminho da tentação.
Geralmente ao entrar em tentação, a vítima só cai por ofuscar a própria consciência acenando positivamente ao pecado. A consciência como evidência de Deus em nós, previne e aponta o perigo iminente. Ela avisa tal como a luz vermelha de alarme de incêndio acusando que esse não é o caminho:“Há um caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte”. Provérbios 16.25
Quando a Bíblia apresenta a serpente como a encarnação do tentador e o agente da tentação, foi-lhe distinguida uma característica especial: “Astúcia”, ou seja, a habilidade em enganar, manha, artimanha, ardil, esperteza, finura, malícia: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo”. 2 Coríntios 11.3
São essas as características que vem acompanhando a tentação. Não podemos fazer vista grossa e desconsiderar suas atitudes, ignorar os seus ardis. Ao fazer isso, estamos entregando um campo favorável a ele que tem grande poder de influencia: “Porque não ignoramos os seus ardis”. (2 Coríntios 2:11).
A primeira estratégia usada pela serpente para destruir a comunhão de Eva com Deus foi inserir dúvidas quanto aos atributos de Deus. Isso é peculiar ao diabo, tentar desestabilizar Deus, colocar as criaturas contra o Criador. Esse tráfico de influência rendeu a Satanás, a Antiga serpente um terço dos anjos dos céus que caíram junto consigo: E viu-se outro sinal no céu; e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas. E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho. (Apocalipse 12: 3,4).
Em primeiro lugar, nessa estratégia diabólica ele insinuou que Deus não era bondoso dizendo a Eva e que retendo bênçãos para ela: (Gênesis 3:1). Se isso fosse verdade, não dava direito algum a Eva de desacreditar na bondade de Deus. Deus é bondoso conosco, mesmo quando somos infiéis: Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo. 2 Timóteo 2.13. Bom e reto é o SENHOR; por isso ensinará o caminho aos pecadores. Salmos 25.8. Assim como está longe o oriente do ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões. Assim como um pai se compadece de seus filhos, assim o SENHOR se compadece daqueles que o temem. Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó. Salmos 103. 12-14

Em segundo lugar ele sugere que Deus não tem foi verdadeiro e reto e que a morte era só uma estratégia de Deus para confundir Eva: (Gênesis 3: 4). Temos que considerar que a Palavra de Deus é a base do Seu caráter sendo sua retidão um de Seus principais atributos: Como o teu nome, ó Deus, assim o teu louvor se estende até aos confins da terra; a tua destra está cheia de justiça. Salmos 48:10. Pois, quando Deus fez a promessa a Abraão, visto que não tinha ninguém superior por quem jurar, jurou por si mesmo, Hebreus 6.13. As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade. Lamentações 3.22,23. Nuvens e escuridão o rodeiam, justiça e juízo são a base do seu trono. Salmos 97.2
Em terceiro lugar o diabo tentou persuadir a Eva a duvidar da santidade de Deus, dizendo que tudo o que Ele estava fazendo era por inveja. Deus não queria perder o destaque e a posição para Eva, porque no dia que ela comesse do fruto, seria semelhante ao Altíssimo (Gênesis 3:5).
A Bíblia revela a vontade de Deus que nos santifiquemos a fim de alcançarmos um espaço perto Dele:Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. João 17.17. Com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado. Isaias 6.7. Eu sou o SENHOR, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus; portanto, vós sereis santos, porque eu sou santo. Levítico 11.45
A astúcia do diabo é tão grande que ele usa três pecados distintos para alcançar o seu objetivo:
Concupiscência dos olhos: “vendo a mulher que aquela arvore era boa para se comer, e agradável aos olhos”. Sugere uma mudança nos planos de Deus: você não vai morrer: Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. Malaquias 3.6

Concupiscências da carne: “árvore era boa para se comer”. Pode se alimentar, ela não lhe fará mal algum. Essa frase nos parece familiar. Pode ir, não tem nada a ver, não tem problema, deixe de ser careta, são sugestões que nos vêm em bandejas, todos os dias pelo diabo.
Soberba da vida: “desejável para dar entendimento”. Era o seu momento de glória a partir daí ela teria conhecimento tanto quanto Deus. Eva não comeu do fruto por fome, por curiosidade, comeu premeditadamente porque queria ter entendimento.
Essa mesma tática, o diabo tentou contra Jesus no deserto e olha que a situação estava desfavorável:
  • Eva estava no jardim, Jesus estava no deserto.
  • Eva tinha todo alimento, Jesus estava sem alimento.
  • Eva tinha a companhia do marido, Jesus estava sozinho.
Porém em tudo Ele foi tentado e não cedeu a essa tentação.
A tentação tem efeito retardado, atingiu a Eva, atingiu a Adão, atingiu a todos nós e tentou atingir a Jesus.
Em algumas situações, ela vem como um efeito dominó atinge a todos os que estão em volta.
Cuidado com o flerte do tentador, a próxima vítima pode ser você.
Sempre o diabo se aproximará com uma proposta que contrasta com a vontade de Cristo, fique atento.
Pedro vivenciou esse dilema em sua vida. Fez a mais linda declaração de servo: “E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16:16).
 Minutos depois estava sendo tentado pelo diabo: “Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens” (Mateus 16:23).
Veja que em um minuto, podemos estar na lona por causa da tentação. Pedro tinha o sentimento legítimo, o que estava por trás é que foi repreendido. Pedro não estava vendo o salvador, o diabo apresentou Jesus como um conquistador e guerreiro, por isso, Pedro não aceitava a morte de Cristo. A proposta do tentador sempre será: “Desça da Cruz”: De igual modo, os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam: Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se. É rei de Israel! Desça da cruz, e creremos nele. Confiou em Deus; pois venha livrá-lo agora, se, de fato, lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus. E os mesmos impropérios lhe diziam também os ladrões que haviam sido crucificados com ele. (Mateus 27. 41-44)
 Os projetos satânicos, sempre serão obstrução aos planos de Deus e eu e você poderemos estar trabalhando contra o reino. Os fariseus foram duramente repreendidos por Cristo exatamente porque estavam caindo nessa tentação e dificultando o caminho do céu: Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque fechais o reino dos céus diante dos homens; pois vós não entrais, nem deixais entrar os que estão entrando! Mateus 23.13.
Jesus advertiu a Pedro sobre o perigo da vulnerabilidade, Satanás conhecia as fraquezas de Pedro, por isso Jesus lhe disse: Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! 32 Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos. Lucas 22.31.32
No julgamento de Cristo, Pedro foi alvejado. Medo da morte foi essa a tática do diabo enviada sutilmente através dos criados da casa de Caifás dizendo que ele seguia a Cristo o que prontamente rebateu, inclusive com juramento: Ora, estava Pedro assentado fora no pátio; e, aproximando-se uma criada, lhe disse: Também tu estavas com Jesus, o galileu. Ele, porém, o negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes. E, saindo para o alpendre, foi ele visto por outra criada, a qual disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o Nazareno. E ele negou outra vez, com juramento: Não conheço tal homem. Logo depois, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente, és também um deles, porque o teu modo de falar o denuncia. Então, começou ele a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem! E imediatamente cantou o galo. (Mateus 26:69-72).
Pedro ainda não tinha entendido o significado da renúncia apesar das inúmeras lições dadas por Jesus. Ele ainda não estava ciente de que a morte dele era lucro. Jesus tinha dito a ele respondendo a sua própria pergunta: “E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto e herdará a vida eterna” (Mt. 19: 28, 29).
 As reações daqueles que são vencidos pela tentação são de medo pavor e ressentimento: Adão e Eva esconderam-se e Pedro voltou para pescaria, sua antiga profissão.
Quase que o diabo alcançou seu intento, alguns milagres foram realizados para que tanto Adão quanto Pedro fossem restaurados: Deus sacrificou um animal e cobriu a vergonha de Adão e Eva, e Jesus foi lá no mar da Galiléia buscar Pedro e transforma-lo em um grande pastor.
O diabo foi julgado em Adão, pois Cristo o representou na cruz. E foi julgado em Pedro, pois este se tornou uma das colunas da Igreja Primitiva, quem pregou no dia de pentecostes na inauguração da Igreja foi aquele que o diabo tentou eliminar.
Conclusão: A tentação quando alimentada e promovida ao estágio de pecado trazem conseqüências avassaladoras para vida espiritual. Os minutos depois da negação foram aterrorizantes, o olhar compassivo de Jesus era como acusação para Pedro. Chorar foi o único remédio para o momento, porém, precisou mais que a oração de Jesus para não deixar que Pedro afundasse sua vida espiritual e ministerial no mar da Galiléia. Começou então a síndrome do canto do galo.
Pastor Elias de Andrade

0 comentários:

Postar um comentário